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Desenvolvida pelo CIEB, Autoavaliação de Competências Digitais chega a docentes da Costa Rica

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Ferramenta que avalia o nível de apropriação e conhecimentos de tecnologias digitais de professoras e professores começa a ser adotada na rede pública costarriquenha

Por meio de uma parceria entre o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) e a Fundación Omar Dengo, em torno de 30 mil docentes da rede pública de ensino da Costa Rica começaram a utilizar a Autoavaliação de Competências Digitais. A ferramenta avalia o nível de apropriação e conhecimentos de tecnologias digitais de professoras e professores e permite, tanto ao corpo docente como às equipes gestoras das redes públicas, traçar planos estratégicos de melhorias nessas frentes. Mais de 4,3 mil docentes já acessaram a versão traduzida e adaptada para a Costa Rica.

Para ampliar o alcance da ferramenta, a fundação estabeleceu um acordo de cooperação com o Ministério da Educação Pública (MEP) de seu país, que deu aval para o uso do recurso. O MEP também tem planos de usar os dados para embasar projetos que envolvam o desenvolvimento de competências digitais docentes.

“A Autoavaliação de Competências Digitais do CIEB é uma ferramenta muito bem fundamentada, além de amplamente testada em território brasileiro. Isso nos incentivou a buscar este convênio de cooperação com o CIEB”, conta Leda Muñoz García, diretora-executiva da Fundación Omar Dengo.

A organização sem fins lucrativos foi criada em 1987 com o propósito de tornar melhores e mais equânimes as oportunidades de aprendizagem da população – e, logo, favorecer o desenvolvimento humano – por meio de propostas e modelos educativos inovadores. “Como a nossa meta é usar efetivamente os dados em nossos planos estratégicos, também realizaremos grupos de estudos com professoras e professores para identificar quais ajustes precisam ser feitos na solução. Queremos torná-la mais adequada à realidade da Costa Rica e, consequentemente, mais precisa em seus resultados e direcionamentos”, complementa.

Alcance entre milhares de docentes brasileiros

A Autoavaliação de Competências Digitais foi criada pelo CIEB em 2018 e integra o Guia EduTec, plataforma que oferece uma série de recursos para a criação de planos estratégicos de inovação educacional. A Autoavaliação é uma de suas principais soluções e registra a participação de mais de 60 mil docentes.

Totalmente gratuita, a ferramenta avalia 12 competências digitais por meio de um questionário de múltipla escolha que, ao ser preenchido, gera automaticamente uma devolutiva. O documento apresenta o nível de apropriação de conhecimentos e de uso de tecnologias digitais em três áreas (pedagógica, cidadania digital e desenvolvimento profissional) e nas 12 competências. Além de mostrar aos(às) docentes seus níveis, o relatório faz uma contextualização sobre o significado de cada estágio e ainda traz orientações sobre como avançar nos campos analisados.

“A Autoavaliação tem efeitos positivos diretos sobre as professoras e professores – que conseguem enxergar onde estão e como pode evoluir –, além de constituir um instrumento de grande valor para as equipes gestoras de redes de ensino. Estas recebem relatórios com dados agregados, o que proporciona uma visão panorâmica das competências digitais do corpo docente e um ponto de partida seguro para a criação de programas de formação inicial ou continuada”, explica Gabriela Gambi, gerente-executiva do CIEB. “Esse acordo com a Fundación Omar Dengo tem um grande significado para nós, pois articula o ecossistema de inovação educacional do Brasil com o de outros países, permitindo o intercâmbio de dados anonimizados e fortalecendo a causa da transformação digital do sistema público de educação”, acrescenta.

Por que desenvolver competências digitais entre docentes

“Mesmo antes da pandemia a comunidade escolar já reconhecia a importância de desenvolver competências digitais entre docente. Agora, isso ficou ainda mais evidente, especialmente porque praticamente todos os sistemas educacionais do mundo incorporaram – ainda que em graus diferentes – tecnologias digitais em suas práticas. A tendência é que isso não seja revertido, o que demandará um olhar especial para essa questão”, avalia Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB.

As professoras e professores são entendidos como partes fundamentais para o uso eficaz das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na educação. De acordo com o conceito de Escola Conectada, criado pelo CIEB, não basta equipar as redes e escolas com infraestrutura e recursos educacionais digitais para aumentar o engajamento de estudantes, personalizar o ensino, melhorar os índices de aprendizagem, entre outros objetivos propostos. “É preciso ter uma visão estratégica para o uso das tecnologias digitais na prática pedagógica e no currículo, além de docentes preparados para fazer um uso eficientes desses recursos”, explica Dellagnelo.

Essa concepção, que recomenda o equilíbrio entre os quatro elementos citados, está na base do Guia EduTec, que neste ano iniciou um processo de internacionalização. Além do acordo com a Fundación Omar Dengo para a utilização exclusiva de uma de suas ferramentas, o CIEB estabeleceu um acordo com o ProFuturo, programa da Fundação Telefônica e Fundação “la Caixa” presente em 38 países da América Latina, Caribe, África e Ásia. A partir de 2021, as escolas e redes envolvidas na iniciativa utilizarão a metodologia do Guia EduTec para fortalecerem seus planos de inovação educacional, como explica Wilmax Marreiro Cruz, coordenador de Tecnologias Educacionais do CIEB.

 

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