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Entenda como a rede estadual do Espírito Santo está fortalecendo a cultura digital nas escolas e como as ferramentas do CIEB participam desse processo

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Desde o início do ano letivo de 2022, a rede estadual de ensino do Espírito Santo está buscando expandir as oportunidades de aprendizagem dos estudantes com o uso de tecnologia digitais. 

A proposta é desenvolver a cultura e a experiência digital, integrada ao currículo escolar, por meio de formação e assessoramento a professoras e professores, uso de metodologias ativas, estímulo ao engajamento dos/das estudantes, produção de conhecimento e valorização das produções escolares.

Em resumo, esta é a linha-mestra das Diretrizes Pedagógicas e Operacionais de 2022, lançadas no âmbito do programa Sedu Digital. A Autoavaliação de Competências Digitais de Professores e o Guia EduTec Diagnóstico, duas ferramentas do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), ocupam lugar de destaque no conjunto de orientações, e são apontadas como ferramentas para “monitorar a cultura digital nas escolas”. A primeira é indicada para identificar as competências digitais dos/das docentes da rede, enquanto a segunda para diagnosticar o nível de adoção de tecnologia das escolas. 

As Diretrizes da Secretaria da Educação do Espírito Santo também dedicam uma seção à construção de planos escolares de inovação e tecnologia a partir da devolutiva do Guia EduTec. 

Na entrevista que segue, Carmem Prata, assessora de Tecnologia Educacional da Sedu ES, comenta as justificativas das Diretrizes Pedagógicas e comenta o papel das ferramentas do CIEB nesse processo. Confira. 

 

De acordo com as Diretrizes Pedagógicas e Operacionais de 2022, a rede estadual do ES trabalhará com metodologias ativas e com o ensino híbrido. Por que a escolha dessas estratégias?

O Espírito Santo, por meio do Programa Sedu Digital, já desenvolve uma cultura de uso de tecnologias há alguns anos. Com a pandemia e o lançamento do Programa Escolar, que definiu diretrizes para as aulas não presenciais na rede estadual, esse uso se intensificou. Várias escolas têm investido em projetos que envolvem atividades de programação e projetos que estimulam a experimentação, a criatividade e o uso de metodologias ativas, dentro e fora da escola. 

Este também é um momento propício para a implantação mais efetiva do ensino híbrido uma vez que a secretaria investiu na aquisição de equipamentos e pacote de dados para uso de 60 mil estudantes do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos em suas residências. Todos os profissionais da educação ainda receberam incentivos financeiros para a aquisição de equipamentos e pacote de dados. 

Vale destacar que, com o novo ensino médio e a possibilidade de uso de 20% da carga horária a distância, alguns componentes curriculares foram ofertados em formato EAD em 2022. 

Diante desse cenário, a secretaria entendeu que era o momento propício para oficializar junto à sua rede de ensino um conjunto de possibilidades pedagógicas que podem ser potencializadas com o uso das tecnologias – adequadas, claro, a cada cenário, às condições das escolas e à cultura digital instalada. 

 

Na visão da Sedu ES, o uso das tecnologias digitais pode contribuir com a recuperação das perdas de aprendizagem geradas pela pandemia?

Entendemos que as tecnologias têm um grande potencial, principalmente aquelas criadas com intencionalidade pedagógica bem definida, como as voltadas para as competências leitoras, de escrita, de raciocínio lógico, dentre outras. Há também aquelas que permitem ao professor modelar as suas atividades visando atender suas turmas, pequenos grupos ou alunos, individualmente, de forma mais personalizada. Outras visam fomentar as competências digitais previstas na BNCC, em especial as de cidadania digital. 

Todas elas promovem a aprendizagem dos estudantes e otimizam o trabalho do professor no sentido de fornecerem dados para análise do percurso das aprendizagens desenvolvidas. 

A possibilidade de acompanhar em tempo real as condições e desenvolvimento dos alunos é o diferencial entre usar ou não usar a tecnologia para a recuperação da perda de aprendizagem, em qualquer momento, na escola ou fora dela e também não mais somente em função da pandemia. Esses dados dão aos professores e equipes gestoras a oportunidade de reverem, durante cada etapa da ação, as suas prioridades, ações e estratégias E a secretaria tem investido nesse tipo de tecnologia. 

 

Qual é o papel das ferramentas do CIEB, principalmente o Guia EduTec Diagnóstico e a Autoavaliação, na execução das Diretrizes Pedagógicas e Operacionais de 2022?

Para que a secretaria possa definir diretrizes pedagógicas para o uso das tecnologias ou pense em ações de fomento à cultura digital na rede de ensino, é fundamental que haja antes um levantamento situacional da sua rede de ensino. Essa ação é realizada anualmente desde 2016 pela secretaria. 

Nesse sentido, além de definir as metodologias possíveis de serem aplicadas no desenvolvimento dos professores (em função do investimento tecnológico feito pela secretaria e a cultura digital instalada), também é preciso pensar em formações com diferentes opções em sua modelagem de forma a dar condições a todos os professores de vivenciarem diferentes práticas, aplicarem esses conhecimentos nas escolas e participar de momentos de aprendizagem colaborativa com os professores da sua escola, da sua região, do estado e fora dele. 

As ferramentas criadas pelo CIEB nos deram condições de fazer esse mapeamento e de pensar em estratégias personalizadas para atender aos diferentes níveis de apropriação tecnológica apresentados pelas escolas e em relação às competências digitais dos professores da nossa rede, a partir das devolutivas encaminhadas pelas ferramentas utilizadas. Essas devolutivas, integradas às diretrizes elaboradas pela secretaria, apoiarão as escolas na elaboração do seu plano de inovação.

 

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