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CIEB apresenta metodologia para formação continuada de docentes

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O workshop “Formação de Professores para o Desenvolvimento de Competências Digitais” aconteceu durante o Bett Brasil 2023, evento que reúne a comunidade educacional para discutir o futuro da tecnologia no setor.

No dia 10 de maio, Larissa Santa Rosa e Raquel Costa, especialistas em Educação e Tecnologia do CIEB, realizaram uma oficina, durante a Bett Brasil, focada na elaboração de planos de formação continuada em competências digitais docentes.

O evento reúne uma comunidade global de educação e tecnologia com o objetivo de despertar ideias, criar conexões e novos negócios, gerar impacto e melhorar os resultados para o setor educacional.​

“O que uma formação continuada precisa ter? Como precisa acontecer? Quais são os princípios norteadores para que professores desenvolvam as competências digitais e como essa experiência precisa ser? É sobre isso que vamos falar aqui hoje”, disse Larissa Santa Rosa, durante a abertura da oficina. 

Na ocasião, também houve o lançamento exclusivo do material de referência Metodologia para o Desenvolvimento de Competências Digitais Docentes, desenvolvido pelo CIEB com parceria da CESAR School. O documento visa apoiar as redes de ensino a estruturar planos de formação continuada que viabilizem o aprendizado de conhecimentos e habilidades dos professores.

“Esse material acabou de ser publicado e as atividades desenvolvidas aqui estão bem descritas nele. A gente espera que esse documento apoie o trabalho de vocês como formadores e coordenadores pedagógicos”, comentou Raquel Costa.

Estiveram presentes professores, diretores escolares, coordenadores, assessores e supervisores pedagógicos vindos de Mato Grosso, Bahia, Rio de Janeiro, Tocantins, Paraíba, além de outras regiões do Brasil.

Pensar, questionar e explorar

Na primeira atividade da oficina, os participantes foram convidados a pensarem o que sabem, quais as dúvidas e o que querem explorar sobre o tema proposto,  compartilhando as respostas com o grupo. A dinâmica serviu para criar uma correlação entre a realidade dos profissionais de educação e o que seria discutido na oficina.

Entre o que desejam explorar, os participantes citaram os recursos educacionais digitais e físicos, projetos interdisciplinares, políticas públicas para comunidades isoladas, tecnologia como aliada do desenvolvimento socioemocional e cognitivo, entre outros. 

Já sobre o que sabem, uma resposta surgiu em comum no grupo: a preparação do professor para as necessidades do século 21 é fundamental. Desde a pandemia da Covid-19, que demandou a utilização das tecnologias no ambiente educacional, essa ideia se expandiu na comunidade escolar. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Península, a visão de que a tecnologia é importante para o processo de aprendizagem aumentou de 57% para 94%, entre professores, no período de ensino remoto.

Foram, ainda, compartilhadas dúvidas e receios quanto a como realizar uma formação continuada estratégica que desperte e mantenha o interesse dos docentes. Pensando em como apoiar formadores a enfrentarem desafios como estes, o CIEB desenvolveu a metodologia utilizada na oficina.

Quem muda a relação do aluno com a tecnologia é o professor

Larissa Santa Rosa apontou que, apesar da crença de que estudantes, por serem nativos digitais, sabem lidar com a tecnologia com mais facilidade do que os professores, ainda faltam neles as habilidades necessárias para que a utilização das tecnologias potencialize a sua aprendizagem.

“Será que esse estudante sabe utilizar tudo isso que ele consome a favor da sua aprendizagem? É o professor que na prática pedagógica consegue mover essas experiências de aprendizagem dos estudantes”, explica ela. 

Em 2019, o CIEB elaborou uma Matriz de Competências Digitais dividida em três áreas, cada uma com quatro competências. Além delas, em 2023, foram inseridas mais três a matriz: Análise de dados, Mentalidade orientada a dados e Pensamento Computacional

Divisão da Matriz de Competências Digitais. São três áreas e doze competências. 

Área Pedagógica com as competências: prática pedagógica, avaliação, personalização e curadoria e criação. 

Área Cidadania Digital com as competências: uso responsável, uso seguro, uso crítico e Inclusão

Área Desenvolvimento Profissional com as competências: autodesenvolvimento, autoavaliação, compartilhamento e comunicação.

Divisão da Matriz de Competências Digitais do CIEB

Durante a oficina, Raquel Costa explicou que para medir o desenvolvimento de cada uma das competências o CIEB usa cinco níveis: exposição, familiarização, adaptação, integração e transformação, por meio da Autoavaliação de Competências Digitais Docentes. 

A ferramenta é respondida individualmente pelos professores que recebem uma devolutiva de onde estão, o que significa e como podem avançar. As redes de ensino também têm acesso a um relatório geral com as informações pelo Guia Edutec.

“É por meio da identificação desses níveis que é possível pensar numa formação efetiva. Sabendo onde estão as principais dificuldades dos professores, a gente consegue traçar as melhores estratégias até que cheguem num nível de transformação.” afirmou a especialista.

Metodologia para desenvolver competências Digitais Docentes

Depois de se aprofundarem na teoria, os participantes da oficina realizaram uma atividade prática baseada na Metodologia para o Desenvolvimento de Competências Digitais Docentes.

A sala foi dividida em grupos e cada um recebeu um cenário fictício com escolas que estavam em diferentes níveis de desenvolvimento na formação digital. A ideia era que elaborassem um pequeno plano para avançar de nível estruturado em duas grandes premissas: a mudança de visão e experimentação. 

Mudança de visão: mudança de percepções dos grupos de docentes considerando o uso das tecnologias digitais em suas vidas e em seu contextos profissionais

Experimentação: processo de experimentação de recurso educacionais digitais, conteúdos e fontes digitais que precisam ser vivenciados por cada grupo de docentes.

Explicação das premissas que norteiam um plano de formação de acordo com a metodologia do CIEB

O workshop foi encerrado com o compartilhamento de planos e o entusiasmo para pôr em prática a metodologia abordada. É o que conta Vânia Andrade, Assessora Pedagógica do município de São Vicente – SP. 

“Foi um prazer enorme estar aqui hoje. Terminei a oficina com muitos aprendizados e minha mente se abriu. Vou levar o que aprendi para meu município”, relatou Vânia.

Já para o Analista de Tecnologia Educacional do Colégio Farroupilha em Porto Alegre (RS), a oficina veio ao encontro do que a escola está buscando agora.

“Saber como está o nível dos educadores vai nos ajudar muito a criar estratégias para alavancar os projetos e propostas pedagógicas, utilizando as ferramentas digitais”, comentou o educador.

Confira o material de referência e utilize a metodologia na sua rede de ensino também. Baixe aqui.

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