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Lays Rosiene: “Em 2022, vamos levar internet de qualidade para todas as escolas, inclusive as rurais” 

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Gerente de Tecnologia da Informação e Comunicação da Secretaria de Educação e Esportes de Caruaru (PE), Lays Rosiene compartilha as experiências da rede com o programa de assessoria e revela as metas para o próximo ano

Trabalhando há 12 anos na Secretaria de Educação e Esportes de Caruaru (PE), Lays Rosiene tem uma visão completa dos desafios de inserir tecnologias nas escolas públicas. Ela começou consertando computadores nas escolas – isso na época do ProInfo (Programa Nacional de Tecnologia Educacional) – e, desde então, ocupou diferentes posições até assumir a gerência de Tecnologia da Informação e Comunicação, há cinco anos. 

Ela conhece, portanto, desde as dificuldades existentes no chão da escola até as enfrentadas pelas lideranças públicas. Com essa experiência, Rosiene é categórica ao informar o que pode fazer a diferença em um projeto de inovação e tecnologia: o apoio do/a gestor/a. 

Na entrevista que segue, a gestora também fala dos aprendizados com o programa ‘Gestão de Inovação e Tecnologia na Rede de Ensino’, realizado pelo CIEB em parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e o Instituto General Motors – IGM (leia mais aqui), e das expectativas para o próximo ano. Entre outros objetivos, a rede espera levar conectividade para todas as escolas . Confira: 

 

Grupo de Inovação e Tecnologia (GIT) de Caruaru
Grupo de Inovação e Tecnologia (GIT)

De maneira geral, como tem sido a experiência de rede de Caruaru neste programa de inovação e tecnologia? 

É uma experiência prazerosa, mas ao mesmo tempo desafiadora. Em 2019, quando o Ministério da Educação implantou o Programa Inovação Educação Conectada (PIEC), eu conheci a teoria das quatro dimensões (leia mais sobre o conceito de Escola Conectada) e, como articuladora municipal, fiz até um curso sobre o tema. Portanto, eu tinha o conhecimento de como a tecnologia pode impactar a educação, mas não uma assessoria como agora, para acompanhar o projeto de transformação

A assessoria é importante porque tem um calendário definido de ações, e as ações não se restringem ao curso; a gente precisa aplicar o que está aprendendo. Tem obrigações, e elas precisam ser cumpridas. Também há um plano de ação por trás, que, junto com esse calendário estabelecido, fica fácil para a gente administrar.

 

Em termos de aprendizados ou avanços, o que você destacaria?

Nunca tínhamos tido a oportunidade de enxergar a rede de Caruaru como um todo. Foi difícil, mas conseguimos bater a meta de ter 133 escolas com informações declaradas e gerar um diagnóstico fiel de como estamos em cada uma das quatro dimensões [visão, competências, recursos educacionais digitais e infraestrutura]. Isso é primordial, pois agora sabemos onde estão as nossas falhas e como podemos investir para avançar

A questão do planejamento também é uma grande conquista. O plano é importante para nos guiar, para sabermos o quanto precisamos investir em infraestrutura, quantos computadores são necessários… A Calculadora de Infraestrutura é uma ferramenta que facilita muito a nossa vida! Ainda não chegamos na etapa de mensurar as competências digitais dos professores. Estamos ansiosos por isso, pois queremos ver o resultado e planejar novas formações. 

 

Vocês já oferecem programas de formação voltados ao desenvolvimento de competências digitais?  

Nós chegamos a fazer algumas ações anteriormente, mas este não era um tema fixo. Foi quando veio a pandemia que a gente realmente investiu. Tenho uma equipe pedagógica de quatro professores, e foram eles que se tornaram professores-formadores. Para eles, esse processo foi um grande desafio, pois eles tiveram que buscar novos conhecimentos para elaborar propostas e projetos com o uso das tecnologias. 

 

A partir do diagnóstico, o que a rede de Caruaru pretende fazer ou já está fazendo para avançar em relação ao uso de tecnologias nas escolas?

Nesse primeiro momento, precisamos claramente melhorar a infraestrutura, mas não adianta investir nesse pilar se não tivermos recursos educacionais digitais. Também não adianta fazer esses investimentos se o professor não tiver uma formação adequada. Um aspecto está ligado ao outro. Em termos concretos sobre os próximos passos, nós já fizemos uma licitação para a compra de notebooks e tablets, e agora vamos investir em conectividade e em equipamentos para o uso individual do aluno.

 

Qual é a parte mais desafiadora deste projeto de transformação digital da rede?

Acho que o ponto principal é o gestor público querer investir em tecnologia e inovação, pois se não houver essa vontade, nada vai para frente. Depois vem a disponibilidade do recurso financeiro e a existência de uma equipe realmente qualificada para fazer todo o trabalho. Eu tenho uma equipe bem reduzida, mas é uma equipe excelente, que consegue dar conta. Contudo, tenho certeza de que se tivéssemos mais investimentos nessa frente poderíamos avançar ainda mais. 

 

Qual é a expectativa da rede com o programa?

O papel desse programa é fazer com que a gente consiga elaborar um plano municipal de inovação e tecnologia para a rede de Caruaru. A gente não tem esse plano, mas essa é a meta. Em 2022, também vamos levar internet de qualidade para todas as escolas, inclusive as rurais. A conectividade satelital que chega pelo MEC nessas escolas é de 5 Mbps, mas isso é insuficiente para uma escola com aproximadamente 800 alunos. Aliás, isso não dá nem para o pessoal do administrativo trabalhar. Sendo assim, paralelamente ao PIEC, queremos fazer uma licitação de link de internet para que essas escolas também tenham conectividade adequada e a gente possa trabalhar com novas experiências de aprendizagem, como a cultura maker, prevista no projeto das Escolas Criativas, realizado pela Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa (RBAC). 

 

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