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Qual é o impacto da tecnologia em crianças e jovens?

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Para avançar no debate, devemos focar em como educamos as novas gerações para um olhar crítico e reflexivo sobre as tecnologias. 

*Por Lucia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB

É frequente encontrarmos na mídia, tanto nacional como internacional, debates sobre como a tecnologia está afetando a vida de crianças e jovens. Muitos defendem que o uso intensivo de tecnologia está associado com maiores níveis de ansiedade e depressão, e que a tecnologia gera problemas de relacionamento entre as gerações.

Interessante perceber o quanto este debate é similar ao estabelecido nas décadas de 1960 e 1970 sobre os efeitos da televisão no desenvolvimento de crianças e jovens. 

Os argumentos de exposição a conteúdos inapropriados à faixa etária, ao incentivo ao consumo, ao sedentarismo, à falta de diálogo nas famílias e dispersão na aprendizagem foram levantados como evidências do impacto negativo da televisão. Estes mesmos argumentos, com novas nuances, continuam sendo utilizados como evidências para os impactos negativos das mídias sociais nos dias de hoje.

O que mostram as pesquisas

Apesar de preocupações genuínas e verdadeiras, há pouca evidência que exista uma correlação direta e inequívoca entre uso de tecnologia e problemas emocionais em crianças e adolescentes. Estudo recente da Universidade da Califórnia, que analisou 40 pesquisas sobre o assunto, não encontrou evidências sobre esta correlação.

Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) resolveram ouvir quase 400 adolescentes sobre a relação entre tecnologia e seu estado emocional. Em geral, os jovens disseram que a tecnologia é um meio de expressão e construção de identidade social que pode, quando mal utilizada, exacerbar problemas já existentes. E que os adultos devem ouvi-los mais sobre sua relação com a tecnologia e incentivar o uso produtivo e criativo de tecnologias emergentes.

Para avançar no debate sobre o impacto de novas tecnologias no desenvolvimento de crianças e jovens, precisamos mudar a perspectiva! Devemos focar em como educamos as novas gerações para um olhar crítico e reflexivo sobre tecnologias que surgirão em sua vida (que mudarão em uma velocidade cada vez mais rápida!) e como utilizá-las como oportunidades de superação de problemas individuais e coletivos.

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