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O coronavírus e a educação on-line

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Em meio ao clima de preocupação mundial com a disseminação do COVID-19, teremos a oportunidade de aprender importantes lições sobre educação massiva on-line. 

Por Lucia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB

Neste momento, por conta da epidemia do coronavírus COVID-19, aproximadamente 290 milhões de crianças e jovens em todo mundo estão sem frequentar a escola. Alguns países têm adotado estratégias de educação on-line e por outras mídias para garantir a continuidade das atividades curriculares.

A China acaba de anunciar uma plataforma nacional de ensino que oferece conteúdos e recursos educacionais digitais em áreas como: prevenção da epidemia, educação moral, disciplinas do currículo nacional, além de milhares de outros recursos educacionais, como filmes e jogos.

Milhares de professores estão gravando aulas diárias, oferecidas de forma síncrona e assíncrona, e preparam atividades de feedback e avaliação a fim de manter contato com seus alunos e dar continuidade ao processo educacional.

Importantes questões têm sido levantadas a partir dos primeiros relatos desta experiência massiva de educação on-line. Professores parecem estar exaustos pelo aumento da carga de trabalho na preparação dos materiais e na gravação das aulas. Relatam também se sentir despreparados para ensinar nesta nova modalidade – que requer novo tipo de planejamento e produção de materiais específicos.

Estudantes relatam ter saudade da escola: sentem-se sozinhos e isolados em casa. Alguns pais dizem não conseguir ou não saber como apoiar os filhos na realização de atividades escolares.

Lições a aprender

Em meio ao clima de preocupação mundial com a disseminação do COVID-19, teremos a oportunidade de aprender importantes lições sobre educação massiva on-line.

Para mim, a primeira lição é que precisamos formar professores capazes de ensinar por várias modalidades e que saibam integrar a tecnologia no processo ensino-aprendizagem. Isto significa formar professores para novas maneiras de interação com seus alunos e para o planejamento de experiências de aprendizagem diferenciadas.

A segunda é que a escola continua sendo o principal locus de interação para crianças e jovens, tanto em questões de aprendizagem quanto de suas relações sociais. Portanto, é irreal e inadequado pensar em educação totalmente on-line para alunos no ensino básico.

Estes relatos iniciais têm reafirmado a crença, que compartilhamos aqui no Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), de que professores e alunos devem ser preparados para vivenciar experiências de ensino-aprendizagem inovadoras mediadas por tecnologias, capazes de ampliar e transformar – mas não substituir – a escola.

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