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O que funciona em tecnologia para a educação, segundo as pesquisas

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Especialistas das mais diversas instituições de ensino e pesquisa do país estão fazendo uma revisão sistemática de estudos publicados na área. Liderado pelo CIEB, o projeto ‘Evidências sobre tecnologias educacionais’ tem como proposta fornecer subsídios para os formuladores de políticas públicas educacionais

A tecnologia pode contribuir com o aprendizado de crianças e jovens com deficiência? E o que dizer sobre a influência dos recursos digitais na alfabetização, no ensino da matemática ou no desenvolvimento de habilidades socioemocionais? De que forma a robótica está sendo trabalhada na educação básica?

A lista de perguntas sobre como as tecnologias estão sendo usadas nas escolas e, principalmente, quais são seus resultados, é extensa – e inversamente proporcional ao grau de acesso da sociedade ao conhecimento produzido sobre o tema nos institutos de ciência e pesquisa do Brasil e do exterior.

Desde 2018, contudo, dezenas de especialistas e pesquisadores reunidos na Rede IEB estão se dedicando à tarefa de disponibilizar conclusões científicas sobre os efeitos das tecnologias em diferentes situações educacionais. Eles integram o projeto Evidências sobre tecnologias educacionais, criado pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) com a colaboração do Ministério da Educação, a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e a Universidade de São Paulo (USP).

“A proposta da iniciativa é, justamente, tornar esse conhecimento mais disponível para o público em geral e, principalmente, apoiar os gestores públicos, os formuladores de políticas públicas e os educadores em suas tomadas de decisão”, afirma Wilmax Marreiro Cruz, coordenador de Tecnologia Educacional do CIEB.

Até o momento, os pesquisadores já realizaram 18 revisões sistemáticas de artigos publicados no Brasil e no exterior. Todas as revisões seguem uma estrutura semelhante e trazem, entre outras informações, o número de artigos analisados, o período em que esses estudos foram publicados, a pergunta central da pesquisa e o principal achado. Há também indicações sobre como está a produção de conhecimento sobre o tema e as lacunas encontradas nos campos de estudo em questão, para citar outros dois destaques.

Todas as informações estão disponíveis online, em linguagem acessível e de fácil compreensão. É possível conferir os destaques no site ou baixar a íntegra do documento assinado pelos pesquisadores responsáveis.

“Além de tornar o conhecimento científico mais acessível ao público, o projeto também fortalece a Rede IEB – bem como outras redes de pesquisas sobre tecnologia e educação – ao reconhecer o trabalho dos pesquisadores e centros de pesquisa. A iniciativa também destaca a relevância de se fazer política pública baseada em evidências científicas”, diz Cruz.

Sobre a metodologia

A metodologia adotada para a condução das pesquisas é o Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL). Trata-se de um tipo de Revisão Sistemática da Literatura (RSL) em que se busca tanto alcançar uma visão geral da área como identificar evidências ou lacunas relacionadas a um tópico de estudo.

De acordo com Ig Ibert Bittencourt, pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e um dos autores do protocolo de pesquisa adotado na plataforma, o Mapeamento começa com a definição de uma questão. “Como tecnologias digitais utilizadas no Brasil dão suporte ao letramento de surdos oralizados, sinalizados ou bimodais?” e “Quais as características do currículo de escolas inovadoras e como as tecnologias educacionais são integradas ao processo de ensino e aprendizagem?” são alguns exemplos.

“Nas fases seguintes, os pesquisadores identificam, de forma sistemática, quais estudos publicados em bases de dados de referência nacional e internacional têm potencial para esclarecer a dúvida, analisam os dados e respondem à questão si”, explica Bittencourt, que também integra o Comitê Gestor do Guia de Evidências Educacionais.

As revisões são feitas por pesquisadores brasileiros com formação em diversas áreas (computação, neurociência, psicologia etc.). Todos eles, contudo, tem grande conhecimento prático e teórico no campo da tecnologia educacional.

O projeto Evidências sobre tecnologias educacionais integra as ações da Rede de Inovação para Educação Brasileira, a Rede IEB, criada em 2016 pelo Centro de Inovação para Educação Brasileira (CIEB).

Atualmente, 211 especialistas e pesquisadores de 26 centros ou núcleos de pesquisas do Brasil participam da iniciativa, que tem como proposta apoiar educadores e gestores públicos em ações que envolvem o uso de tecnologias nas escolas.

Para isso, eles produzem, disponibilizam e trocam conhecimentos sobre o tema, fortalecem o ecossistema de inovação na educação e disseminam o conceito de que tecnologia e inovação podem ajudar a transformação a realidade do ensino público brasileiro. Para saber mais, acesse: https://www.cieb.net.br/rede-ieb/

 

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