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Publicações revelam o perfil das edtechs brasileiras e abordam a relação do mercado de tecnologias educacionais com o setor público

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Dados foram levantados em parceria com a Abstartups e Plano CDE e integram as iniciativas do CIEB de apoio aos processos de seleção e aquisição de tecnologias educacionais por secretarias de educação 

O Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) lançou duas publicações com dados e análises sobre o mercado das tecnologias educacionais: o Mapeamento Edtech 2020, já em sua terceira edição, e o estudo Como o mercado de tecnologias educacionais se relaciona com a rede pública: uma radiografia da interação entre os dois setores e dos caminhos para aproximá-los

Mapeamento Edtech 2020: publicação mapeou 566 edtechs ativas no Brasil

A primeira delas foi produzida em parceria com a Abstartups e revela a existência de 566 edtechs ativas no país. Esse número é 26% superior em relação ao total de empresas identificadas em 2019 – fruto tanto do crescimento do setor como da ampliação do alcance da pesquisa.

Em linha com os resultados apurados em anos anteriores, a maioria (58,7%) está localizada no Sudeste, mais especificamente no estado de São Paulo. Na sequência do ranking estão as regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. 

As soluções são ofertadas para os mais diversos segmentos educacionais e incluem desde escolas de educação básica e instituições de ensino superior até os nichos de educação corporativa e cursos preparatórios. O segmento mais forte, contudo, é o da educação básica, onde atuam 50,7% das edtechs. 

A edição de 2020 ainda dedica uma seção especial aos impactos da pandemia de Covid-19 no setor e revela que 64% das empresas entrevistadas registraram faturamento igual ou superior ao de 2019. Uma fatia de 11% ainda reportou aumento de 50% ou mais no faturamento. As informações foram apuradas com 208 edtechs, como mostraram os participantes do estudo no webinar que marcou o lançamento das duas publicações (veja abaixo). 

“A produção deste Mapeamento, em parceria com a Abstartups, é fruto da missão do CIEB de fortalecer o ecossistema de inovação educacional brasileiro, construindo iniciativas para apoiar gestores e gestoras públicas no processo de seleção e aquisição de tecnologias educacionais. Ao contribuir com o levantamento e a divulgação de informações sobre as edtechs brasileiras, também esperamos promover a cultura de inovação na educação pública brasileira”, destaca Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB. 

 

 

Tecnologias educacionais na rede pública de ensino

Outro destaque do Mapeamento é o capítulo sobre a relação das edtechs com o setor público. De acordo com os dados, somente 13% das 566 edtechs conseguiram vender ou oferecer suas soluções para a rede pública em 2020. 

A investigação é complementada com as informações levantadas no estudo Como o mercado de tecnologias educacionais se relaciona com a rede pública de ensino, realizada em parceria com o Plano CDE. Juntos, os dois materiais fornecem um retrato atual  do contato entre as duas áreas e dos caminhos para aproximá-las. 

A partir de entrevistas com representantes tanto do setor público como do mercado desenvolvedor de tecnologias, o estudo lista os seguintes entraves à inserção das tecnologias educacionais na rede pública: 

  1. Gestores e gestoras públicas ainda têm pouca familiaridade com as tecnologias educacionais. Por falta de conhecimento técnico, implantam soluções pouco integradas com a prática pedagógica e o currículo da rede. 
  2. De maneira geral, as escolas não têm infraestrutura adequada para o uso de tecnologias. A falta de conectividade é apontada como o principal problema.
  3. Docentes sem competências digitais. 
  4. Dificuldade para difundir as tecnologias no ambiente educacional pela falta de programas de formação continuada ou de apoio ao corpo docente.
  5. Os processos de compras públicas de tecnologia educacional são considerados complexos e morosos. 
A partir de entrevistas, estudo traz recomendações para aproximar o mercado de tecnologias educacionais do setor público

Este último tópico é destacado como um grande entrave. “Secretarias e órgãos da administração pública estadual e municipal que tiveram avanços nas compras públicas de tecnologias educacionais nos últimos anos só alcançaram tais feitos por construírem um cenário institucional onde existiam, concomitantemente, três fatores. O primeiro deles é previsão orçamentária e decisão política clara para a aquisição de tecnologias educacionais. O segundo é a existência de uma equipe multissetorial (pedagógica, TI e licitações) engajada e capacitada, com domínio dos trâmites e burocracias internas. Por fim, a aquisição prévia ou paralela da infraestrutura necessária para o uso das tecnologias educacionais por alunos e professores, como hardwares e serviços de conectividade”, aponta Thalles Gomes, coordenador jurídico e de parcerias públicas do CIEB. 

A falta deste cenário tende a levar gestores e gestoras a adotar uma postura mais conservadora em relação à compra de tecnologias educacionais, aponta o estudo, que ainda traz recomendações sobre os caminhos para solucionar tais  entraves. 

As duas publicações  tiveram o apoio das organizações Fundação Lemann e Imaginable Futures e estão disponíveis para consulta e download gratuitamente. Acesse: Como o mercado de tecnologias educacionais se relaciona com a rede pública de ensino e Mapeamento Edtech 2020.

Publicado em: Notícias Gerais