Documento apresenta 26 unidades curriculares para desenvolver competências relacionadas à capacidade de compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica e ética
As redes e escolas que estão em processo de (re)elaboração de seus currículos e propostas pedagógicas para implementar o novo ensino médio têm agora um currículo de referência para trabalharem – de forma transversal ou na forma de um itinerário formativo – as competências ligadas ao uso, compreensão e criação de tecnologias digitais.
Desenvolvido pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), o Currículo de Referência – Itinerário Formativo em Tecnologia e Computação apresenta 26 unidades curriculares sobre três grandes temas: cultura digital, tecnologia digital e pensamento computacional. Ao todo, são 1.440 horas de atividades, 220 horas a mais do que deve ter um itinerário formativo no ensino médio. Isso permitirá às redes desenhar diferentes arranjos, além, claro, de poderem adotar o currículo na íntegra.
As unidades curriculares também podem ser trabalhadas em projetos interdisciplinares para compor o currículo comum e obrigatório e desenvolver as competências previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O documento já está à disposição e pode ser consultado aqui. Com esta publicação, o CIEB completa uma coleção de currículos de referência em tecnologia e computação. Em 2018, a organização publicou uma versão para a educação infantil e para o ensino fundamental, e, recentemente, uma edição voltada para as formações técnicas de nível médio. Ao todo, os currículos já tiveram mais de 8 mil downloads.
“A tecnologia está provocando transformações sociais profundas, e as pessoas precisam entender a dimensão dessas mudanças, como elas operam, quais são seus impactos. Entender de tecnologia se tornou condição fundamental para ler e compreender o mundo, tal como Paulo Freire se referia à alfabetização. Este Currículo de Referência – Itinerário Formativo em Tecnologia e Computação fornece todas as diretrizes para a formação de cidadãs e cidadãos preparados para os desafios do século 21″, explica Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB.
A estrutura do currículo
O currículo está organizado em três eixos, cada um deles com 400 horas de atividades, sendo 280h de unidades curriculares essenciais e 120h de eletivas, estrutura que atende à proposta da BNCC de oferecer aos/às jovens a oportunidade de fazer escolhas. Para cada uma das 26 unidades curriculares, o documento traz sugestões de práticas pedagógicas, indicadores de avaliação e materiais de referência para ajudar no planejamento das aulas.
O material também aponta os recursos necessários em termos de infraestrutura e o nível exigido de conhecimentos e adoção de tecnologias por parte de professoras e professores. Vale ressaltar que as indicações foram elaboradas levando em consideração as condições das redes públicas.
O CIEB também se propôs a buscar referências nacionais e mundiais para elaborar um documento contemporâneo e inovador. Além da BNCC, também serviram de parâmetro os referenciais de formação para a educação básica da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e o componente curricular Tecnologias para Aprendizagem do Currículo do Estado de São Paulo. Fora do Brasil, foram consultados os componentes curriculares de tecnologia e computação adotados na Austrália, Reino Unido, Estados Unidos, China, Chile e Nova Zelândia.
Para fazer o download do Currículo de referência – Itinerário Formativo em Tecnologia e Computação, ou navegar por seu conteúdo, acesse https://curriculo.cieb.net.br/
Publicado em: Notícias Gerais