Documento produzido pelas organizações fornecem diretrizes paras as escolas e redes de ensino que planejam oferecer uma formação na área ou desejam revisitar suas propostas pedagógicas
A partir de 2021, os cursos técnicos e profissionalizantes poderão iniciar uma nova etapa no Brasil com a implantação do novo ensino médio. Como uma parte do currículo poderá ser composta por formações técnicas e profissionais (entre outras possibilidades de itinerários formativos), a expectativa é que a oferta destes programas aumente.
Com base nesse cenário e nas transformações da sociedade contemporânea, marcada pelo uso crescente de tecnologias, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) e o Itaú Educação e Trabalho desenvolveram um currículo de referência para apoiar as redes e instituições de ensino que oferecem ou tenham planos de oferecer o curso Educação Profissional Técnica de Nível Médio em Tecnologia e Computação. Gestoras e gestores interessados em implementar podem preencher um registro de interesse aqui.
“O documento foi elaborado por consultores especializados e está alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), às demandas do setor produtivo e aos anseios da juventude por mais liberdade de escolha em suas trajetórias de formação. Muitas referências internacionais também foram incorporadas a partir de pesquisas sobre a oferta de cursos técnicos e profissionalizantes nos países que enxergam essa formação como um elemento central para o seu desenvolvimento”, explica Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB. Os currículos internacionais consultados foram os do Chile, China, Estados Unidos, Inglaterra e Nova Zelândia.
Diferenciais do currículo
O currículo de referência proposto pelas duas organizações prevê 1,2 mil horas de atividades para formar técnicos e técnicas em Tecnologia e Computação. Essa carga horária está distribuída em três eixos: Hardware e manutenção de computadores, Redes e segurança de computadores e Aplicativos computacionais e sistemas para internet.
Os estudantes e as estudantes têm a opção de passar por todos os eixos (inclusive na ordem que desejarem) ou fazer apenas um ou dois deles. Neste último caso, em vez do diploma de técnico(a), eles recebem certificações intermediárias, que podem ser dos seguintes tipos: Assistente de manutenção e suporte de computadores; Assistente de redes e segurança de computadores; e Assistente de aplicativos computacionais e sistemas para internet.
O documento traz ainda sugestões de práticas pedagógicas inovadoras e orientações para a realização de Projetos Integradores que consigam unir diferentes unidades curriculares e propor a solução de desafios reais. “Estes dois elementos têm a função de tornar o ensino mais instigante e favorável ao desenvolvimento de competências fundamentais a qualquer profissional do século 21, que são as capacidades de trabalhar em equipe, resolver problemas, pensar criticamente, se comunicar de forma eficiente, entre tantas outras. A implementação desse currículo tem grande potencial para fortalecer a inserção profissional digna da juventude e incentivá-los no caminho da aprendizagem contínua e do crescimento profissional”, destaca Ana Inoue, Superintendente do Itaú Educação e Trabalho.
Condições de oferta
O currículo traz uma relação mínima dos recursos tecnológicos necessários para a realização das atividades de cada eixo. Considerando as condições médias de infraestrutura das escolas brasileiras, muitas sugestões são de programas livres, de código aberto, adequados aos sistemas mais comumente encontrados no mercado e, em alguns casos, gratuitos.
O documento também apresenta especificações claras das experiências e conhecimentos que os professores as professoras devem portar para desenvolver as competências indicadas –lembrando que, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, as redes e escolas têm a opção de convidar profissionais com “notório saber” para lecionar em cursos técnicos e profissionalizantes.
Qualquer rede ou instituição de ensino pode implementar o currículo, que se encontra gratuitamente à disposição em https://curriculo.cieb.net.br. O site também disponibiliza outro currículo de referência em Tecnologia e Computação do CIEB, este proposto para as etapas da educação infantil e do ensino fundamental (ensino regular) e apresentado em 2019.
“O desenvolvimento de competências ligadas às áreas de tecnologia e computação se tornou um aspecto fundamental em nossa sociedade. O nosso propósito é apoiar as equipes pedagógicas nessa tarefa complexa, que envolve conhecimentos novos e altamente especializados. Oferecemos diretrizes e orientações claras para uma série de aspectos que demandariam meses de trabalho e pesquisa”, diz Dellagnelo. “Naturalmente, as redes e escolas poderão fazer adaptações conforme suas condições, mas, certamente, conseguirão desenhar seus próprios currículos de maneira muito mais rápida com esses parâmetros. Estamos seguros de que este currículo fornece as bases necessárias para os(as) profissionais que vão nos ajudar a fazer uma transformação digital segura e sustentável em todos os setores do país”, finaliza
Publicado em: Notícias Gerais