Diante das dificuldades impostas pelo fechamento das escolas, secretarias de Educação devem focar as habilidades e conteúdos essenciais. Guia de Implementação de Estratégias de Aprendizagem Remota traz orientações para conduzir o processo
Com as aulas presenciais suspensas desde meados de março, muitas redes de ensino estão adotando ou já adotaram estratégias de aprendizagem remota para dar continuidade ao calendário escolar e, eventualmente, trabalhar com o ensino híbrido quando as escolas reabrirem.
O processo é considerado complexo, inclusive para as crianças e jovens, que precisam se adaptar a esse estilo de aprendizagem a distância e, muitas vezes, enfrentar condições precárias de estudo em casa. Muitas mudanças estão sendo feitas para contornar essas adversidades, inclusive no currículo, que pode e deve ser moldado ao contexto da aula não presencial, indica o Guia de Implementação de Estratégias de Aprendizagem Remota.
Desenvolvido pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), o material traz orientações detalhadas para as redes de ensino adotarem estratégias de aprendizagem remota. Ao todo, ele contempla nove etapas, sendo uma delas dedicada à definição do conteúdo de ensino.
Uma trilha para os gestores
O Guia sugere algumas fases de trabalho para as secretarias conduzirem a reorganização curricular. Definir as habilidades e conteúdos essenciais do currículo, destacando quais podem ser desenvolvidos com maior autonomia em aulas não presenciais, é o ponto de partida. A própria equipe pedagógica da secretaria mais um grupo de professores (de diferentes etapas e áreas do conhecimento) podem fazer essa parte em conjunto.
Além de definir as habilidades e conteúdos imprescindíveis para o desenvolvimento das crianças e jovens, o grupo deve indicar os objetivos de aprendizagem de cada um deles. Essa tarefa é fundamental para orientar a escolha dos conteúdos que serão produzidos e trabalhados no período, pontua o Guia.
Terminada essa fase de reorganização curricular, as redes deverão comunicar toda a comunidade escolar e passar para o tópico da construção de planos de aula. Para isso, será necessário orientar os professores quanto às especificidades desses documentos, que devem descrever as atividades que serão trabalhadas, seus objetivos, carga horária e meios de realização.
“As boas práticas também indicam a importância dos roteiros de aprendizagem para apoiar os estudantes e suas famílias – isso quando estamos falando de crianças pequenas. As redes podem instruir seus professores sobre como fazer esses roteiros, que também são fundamentais para o acompanhamento da aprendizagem”, pontua Larissa Santa Rosa, analista em Educação do CIEB.
Apoio completo
O Guia de Implementação de Estratégias de Aprendizagem integra uma série de conteúdos especiais produzidos pelo CIEB para atender aos desafios identificadas em uma ampla pesquisa realizada em mais de 3 mil secretarias de Educação do Brasil durante o mês de março. O levantamento foi liderado pelo CIEB e contou com a parceria do Consed, Undime e Fundação Lemann.
A partir dessa escuta, o CIEB também sistematizou sete Estratégias de Aprendizagem Remota (EAR) e desenvolveu a ferramenta Seleção de Estratégias de Aprendizagem Remota para ajudar os gestores a identificar rapidamente quais se adaptam à sua realidade.
Publicado em: Notícias Gerais