Conecte-C

Como avaliar os resultados das tecnologias educacionais

clique na imagem para ampliar

 

16º Conecte-C reuniu especialistas para debater, do ponto de vista da aprendizagem, quais as estratégias mais eficazes para acompanhar o impacto do uso de tecnologia

 

No dia 5 de setembro de 2018, o CIEB promoveu mais uma edição dos encontros presenciais Conecte-C. O tema desta 16ª edição foi: Avaliação de Resultados de Tecnologias Educacionais. Como palestrantes, foram convidados Vincent Quan, gerente do setor de educação do J-PAL North America, laboratório de pesquisa do Massachusetts Instituto of Technology MIT); Cristine Pinto, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo; e Fabio Tran, da Omidyar Network.

Na opinião de Cristina, a avaliação de políticas públicas deve ajudar o governo a responder três perguntas: quais políticas implementar? Como implementar? Como alcançar os resultados desejados? Ela acrescentou ainda que é fundamental que os mecanismos de avaliação forneçam dados comparáveis, de forma a subsidiar o gestor em uma tomada de decisão. Metodologias rigorosas de coleta de informações e uma um olhar contextualizado do ambiente em que o programa avaliado foi inserido, apontou, são também características imprescindíveis aos processos avaliativos. De acordo com a especialista, é preciso ter como objetivo a geração de evidências, tanto quantitativas quanto qualitativas, pois são subsídios complementares.

Por webconferência, falando de sua base, nos Estados Unidos, Vincent Quan, gerente do setor de educação do J-PAL North America, deu ênfase à pergunta: como saber se a tecnologia ajuda? Nós não temos todas as respostas, nem tudo que nós experimentamos funciona, alertou. Em sua apresentação, destacou que o propósito deve focar em investir em tecnologias educacionais que reduzam as diferenças, em vez de aprofundá-las. “Só investindo naquilo que funciona seremos capazes de levar qualidade à educação”, disse.

Para Quan, tecnologias educacionais não precisam ser necessariamente caras para ser efetivas: “Muitas tecnologias de baixo custo que transpõem barreiras de comportamento e de informação funcionam”. Porém, ele chama atenção para a necessidade de se investir mais em pesquisas sobre tecnologia educacional. E reforça que essas pesquisas devem ser acompanhadas por mecanismos de avaliação desde o início do processo, não apenas ao final.

Falando pela Omidyar, grupo que atua tanto na iniciativa privada quanto em projetos sem fins lucrativos, Fabio Tran explicou por que é importante, do ponto de vista da fundação Omidyar, conhecer o impacto dos projetos de tecnologia educacional. “Temos que ter certeza de que a inovação vem para melhorar a qualidade do ensino. E, inovação escalável e aplicável, passa pela tecnologia”, completou.

Ao defender que as empresas de tecnologia educacional compreendam a importância de desenvolver produtos incorporem a avaliação de resultados como um valor agregado, Fábio citou alguns mitos que impedem esse avanço. De acordo com ele, não é verdade que a avaliação tira o foco do core da empresa; tampouco que só faz sentido analisar avaliações abrangentes, que levam muitos anos e consomem muitos recursos.

Ainda durante do 16º Conecte-C, Mairum Andrade, do CIEB, apresentou a Plataforma de Evidências, ambiente on-line que apresenta os resultados consolidados de pesquisas na área de tecnologia educacional. As informações, baseadas em evidências, são apresentadas de forma prática, útil e direta, com o objetivo de ajudar gestores públicos a desenhar políticas públicas e estratégias para redes de ensino.

Uma das revisões de literatura disponíveis na Plataforma de Evidências tem como tema as tecnologias de informação e comunicação adotadas no Brasil para apoiar o processo de alfabetização e como vêm sendo utilizadas. Responsável pela elaboração do trabalho, a professora Elaine Harada apresentou a metodologia utilizada pela plataforma. E também citou achados em sua pesquisa, como resultados positivos da aplicação das tecnologias digitais (jogos educativos, AVAs, ferramentas de autoria) no processo de alfabetização.

 

Publicado em: Conecte-C