Ferramenta lançada pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira entrega devolutiva com descrições sobre como o docente pode evoluir até chegar a um nível de transformar a própria prática e a dos colegas
por Vinícius de Oliveira
O conceito de escola conectada vai muito além do acesso à internet. Nesta quinta-feira (23), o 17º Conecte-C, evento promovido pelo CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira), discutiu como uma formação mais assertiva do professor pode fazer com que a adoção de novas tecnologias apoie a transformação de práticas pedagógicas.
Assim como já havia criado um modelo para escolas baseado em níveis de adoção de tecnologia (que levam em conta dimensões como visão, recursos, formação e infraestrutura), a organização lança agora uma iniciativa para que os próprios educadores entendam onde estão e como podem melhorar suas habilidades.
Como funciona
Disponível na plataforma EduTec, site que facilita a busca por tecnologias educacionais, a “Autoavaliação de Competências Digitais de Professores” pode ser usada gratuitamente para qualquer docente (de escolas públicas, por enquanto). O diagnóstico é gerado a partir de um questionário que contempla três áreas: Pedagógica, Cidadania Digital e Desenvolvimento Profissional.
Na área Pedagógica, são avaliadas as competências como prática, personalização, avaliação, curadoria e criação. A área Cidadania Digital atenta para o uso responsável, o uso crítico, o uso seguro e a inclusão. No Desenvolvimento Profissional, a ferramenta tem como foco o autodesenvolvimento, a autoavaliação, o compartilhamento e a comunicação.
Após responder 23 perguntas, o professor recebe uma devolutiva, por área e por competência, que detalha seu nível de apropriação das tecnologias digitais. Cada área e competência tem cinco níveis de apropriação: exposição, familiarização, adaptação, integração e transformação. O resultado inclui ainda sugestões de como evoluir, com indicações de materiais, leituras e atividades.
Além da devolutiva do professor, o Guia EduTec oferece ainda uma devolutiva aos gestores públicos, que podem visualizar o mapeamento das competências dos docentes da sua rede de ensino. Com isso, a secretaria de educação pode desenvolver estratégias de formação focadas, que supram as reais lacunas e contemplem as expectativas dos educadores.
Exemplos de formação
O 17º Conecte-C também trouxe o exemplo dos modelos de formação adotados pela Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo e também da atuação do CESAR, em Pernambuco.
Carmem Prata, assessora de tecnologia educacional no Espírito Santo, reconheceu que dados são importantes para que secretarias criem programas de formação mais assertivos e personalizados de acordo com o nível de proficiência dos professores e com as necessidades de cada escola.
Já Walquíria Castelo Branco Lins, consultora do CESAR, apresentou como professores foram do nível mais elementar de uso de tecnologia para a utilização de robótica e produção de webséries em escolas rurais conectadas em Vitória de Santo Antão (PE). O esforço que incluiu formações em metodologias ativas para professores e mentoria de gestores fez uma das escolas saltar de 2,8 a 4,3 no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Publicado em: Conecte-C