A Secretaria estadual de Educação está implementando um programa que visa uma transformação sistêmica nas redes públicas de ensino, com apoio do Currículo de Referência em Tecnologia e Computação, do CIEB.
Criado no início de 2019, o Centro de Referência em Inovação da Aprendizagem (CRIA) é um novo modelo pedagógico de escolas em período integral no estado da Paraíba. Oriundo do Programa Gira Mundo, que reúne experiências de excelência educacional do mundo todo, o CRIA tem como proposta promover uma transformação sistêmica nas escolas das redes públicas, estadual e municipais. “Queremos que os estudantes de baixa renda saiam da marginalidade e se tornem protagonistas de suas histórias de vida”, diz o coordenador do CRIA, Erickle de Lucena Leite.
Duas escolas foram selecionadas para fazer parte do projeto-piloto, que está envolvendo 14 educadores. Esses professores dispõem de oito horas semanais para passar por uma formação específica que os tornará aptos a aplicar as disciplinas do programa em sala de aula – o que vai acontecer a partir de 2020. “O CRIA prevê um período integral de oito horas para turmas a partir do primeiro ano do Ensino Fundamental.
As disciplinas ligadas a inovação entram na parte diversificada do currículo, complementando a parte propedêutica, da BNCC”, conta Leite. Gradativamente, a iniciativa será estendida a toda a rede estadual e também às redes municipais, com apoio do governo estadual.
O escopo pedagógico do CRIA contempla diversos eixos, como ética e aprendizagem bilíngue. O Currículo de Referência em Tecnologia, desenvolvido pelo CIEB, se insere no eixo design e tecnologia — que trabalha o pensamento sistêmico, o pensamento computacional e o pensamento para gerenciamento de projetos. Leite ressalta: “A ideia é preparar os estudantes para o conhecimento sistêmico das coisas, a compreensão de uma cadeia produtiva, por exemplo, construindo junto com eles as competências para que busquem as soluções de seus problemas do dia a dia”.
A abordagem do pensamento computacional, dentro do CRIA, tem como base o Currículo de Referência do CIEB por duas razões. A primeira é o alinhamento das visões sobre o uso de tecnologia. Leite explica que o governo da Paraíba tem relações institucionais com o governo da Finlândia, o que viabiliza visitas anuais de professores da rede estadual àquele país, com o objetivo de conhecer boas práticas educacionais. “Nos inspiramos no que há de mais avançado no mundo em tecnologia educacional. E o Currículo de Referência do CIEB também se pauta por experiências internacionais relevantes e bem-sucedidas, adaptadas à realidade brasileira”, afirma Leite.
Em segundo lugar, Leite destaca a importância de dispor, no Currículo de Referência do CIEB, de diversas indicações de materiais para consulta e uso em sala de aula. Grande parte dos professores das redes públicas, constata ele, não tem contato com tecnologias educacionais e chega à sala de aula sem saber utilizar as ferramentas e recursos para a inovação. “No primeiro momento, eles têm dificuldades, precisam se apoiar em materiais prontos, reproduzir recursos existentes. O currículo do CIEB ajuda bastante nessa apropriação, uma vez que traz uma enorme quantidade de referências”, aponta Leite.
Publicado em: Notícias Gerais