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Pesquisa analisa estratégias de ensino remoto de Secretarias de Educação durante a crise da Covid-19

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Liderado pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), levantamento nacional traça um amplo panorama sobre a oferta de atividades educativas de forma remota durante a quarentena.

Em meio à pandemia do novo coronavírus, as Secretarias de Educação (municipais e estaduais) de todo o país têm buscado soluções para oferecer aprendizagem remota aos seus estudantes. A fim de apoiá-las no enfrentamento desse grande desafio, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) realizou, em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e a Fundação Lemann, a pesquisa Planejamento das Secretarias de Educação do Brasil para ensino remoto.

Divulgada nesta sexta-feira (3), o estudo teve respondentes de 3.032 secretarias de educação de todo o Brasil, dos quais 3.011 municipais (54,5% do total nacional) e de 21 secretarias estaduais (77,8% do total nacional). O formulário on-line, respondido entre os dias 24 e 26 de março, apresentou 15 perguntas divididas entre as seguintes temáticas:

  • normativa específica frente à Covid-19
  • estratégias de aprendizagem frente à Covid-19 e fase de implementação
  • acompanhamento remoto de presença e avaliação de aprendizagem dos estudantes
  • tecnologias já utilizadas/em uso nas redes de ensino
A íntegra da pesquisa está disponível neste link. Clique para fazer o download

Resultados e estratégias

O cenário retratado pelo levantamento é desafiador. Embora 2.520 secretarias municipais (84% dos respondentes) já tenham emitido normativas específicas – a maior parte delas determinando a suspensão das aulas presenciais ou o adiantamento de férias ou recesso escolar –, 63% ainda não orientam sobre qual estratégia de ensino remoto deve ser adotada neste período. 

Por ora, as principais diretrizes aplicadas pelos municípios têm sido a disponibilização, via redes sociais, dos seguintes conteúdos para que os estudantes acessem em casa:

  • Envio de materiais digitais pelo professor aos estudantes da sua turma (18,9%)
  • Envio de orientações genéricas via redes sociais para que seus estudantes acessem em casa com apoio de livros didáticos (12,4%)
  • Disponibilização de videoaulas gravadas pelos professores e enviadas aos estudantes pelas redes sociais para que eles assistam em seus aparelhos em casa (7,45%)

Para os alunos que não têm equipamentos ou conectividade em casa, 6,4% das secretarias municipais vêm disponibilizando material impresso (apostilas, livros didáticos e/ou outros) com atividades a serem realizadas pelos estudantes.

Já no âmbito estadual, 40% das secretarias participantes afirmaram contar com um processo mais estruturado sobre como irão proporcionar a aprendizagem remotamente, elegendo plataformas on-line, disponibilização de videoaulas gravadas via redes sociais e compartilhamento de materiais digitais via redes sociais como estratégias prioritárias.

 “Fizemos essa pesquisa justamente para entender como as secretarias de Educação estão se preparando para enfrentar o imenso desafio de garantir a aprendizagem dos seus estudantes em tempos de isolamento social e fechamento das escolas”, afirma Gabriela Gambi, gerente-executiva do CIEB.

Outro ponto de atenção é que mais de 85% das secretarias respondentes, tanto estaduais quanto municipais, não sabem ainda como farão o registro de presença nem a avaliação de aprendizagem dos estudantes sobre este período. Este é um ponto fundamental para garantir a equidade da educação como direito a todos os alunos, além de acompanhá-los sistematicamente no desenvolvimento de suas habilidades e conhecimentos. É importante destacar, também, que a minoria das secretarias municipais (7,7%) e 20% das secretarias estaduais preveem o cumprimento de carga horária letiva durante o período de suspensão das aulas.

“Os dados da pesquisa evidenciam uma grande diferença na prontidão das redes públicas de educação em lidar com a suspensão das aulas presenciais e a importância de uma ação coordenada de estados e municípios”, ressalta o gerente de educação da Fundação Lemann, Lucas Rocha.

Esforço nacional

De acordo com a secretária de Educação do Mato Grosso do Sul e presidente do Consed, Cecilia Motta, todos os estados estão fazendo um esforço muito grande para colocar em prática o ensino a distância. “Dessa forma, a pesquisa realizada pelo CIEB contribui com esse esforço, uma vez que esse diagnóstico pode orientar as nossas próximas ações. Isso é algo novo para todos, mas juntos vamos vencer esse desafio de dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem, mesmo com os estudantes em casa”, assegura.

Uma importante medida para viabilizar a continuidade do ensino é promover a colaboração entre secretarias estaduais e municipais de Educação. A pesquisa destaca que mais de 80% dos municípios respondentes possuem regime de colaboração com o respectivo estado – e 71,4% dos estados respondentes firmaram regime de colaboração com, ao menos, um município. 

Os dados coletados pelo CIEB servirão de base para a construção de novos materiais de apoio e ferramentas específicas que serão disponibilizadas on-line e gratuitamente a todas as secretarias de Educação do Brasil. “Com isso, buscamos apoiá-las de forma ágil e objetiva para que coloquem suas estratégias em prática imediatamente, garantindo o direito à aprendizagem dos seus estudantes”,  finaliza Gabriela Gambi.

Destaques da pesquisa Planejamento das Secretarias de Educação do Brasil para ensino remoto

Desde 2016, o CIEB apoia as Secretarias de Educação no uso da tecnologia para melhorar a qualidade e equidade da educação no Brasil – e segue disponível para auxiliá-los neste momento emergencial. Recentemente, a equipe elaborou um documento passo a passo para orientar gestores públicos no processo de aquisição de tecnologias educacionais via dispensa de licitação, em casos de emergência ou calamidade pública. Clique aqui para acessá-lo. 

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Publicado em: Notícias Gerais