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Inclusão digital gera inclusão social

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Inspirados no lema do estado de Minas Gerais, “Liberdade ainda que tardia”, dois professores criaram, no município mineiro de Luminárias, o projeto Literacy, antes que seja tarde!. Com essa iniciativa, levaram inclusão digital e social a alunos e professores da Escola Estadual Professor Fabregas – o que significa uma forma ampliar a liberdade desses atores na condução de seus processos de ensino e aprendizagem.

lliteracy1Mas, como levar inclusão digital a uma comunidade com boa parte dos alunos residentes em zona rural, filhos de agricultores familiares ou mineradores, com raros casos de acesso à internet e a dispositivos móveis de comunicação? Além do cenário desafiador, os educadores tinham, como público-alvo do projeto, crianças e jovens com grandes dificuldades em interpretação e escrita de textos. “Aqui não temos bancas de revistas, nem livrarias. Os materiais de pesquisa em sala de aula se limitam ao que os professores levam e à biblioteca da escola. Os 50 minutos de aula não são suficientes pra levar os meninos ao laboratório de informática, onde, para piorar, os computadores são lentos e a internet não aguenta uma turma de 40 alunos acessando ao mesmo tempo”, conta Roseli da Costa Silva, autora do projeto em parceria com o professor de inglês Saulo Augusto Andrade Biavati.

Aficionados por tecnologia, Roseli e Paulo acreditavam que poderiam melhorar muito o rendimento pedagógico do ensino fundamental e do médio se utilizassem um ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Levaram a ideia ao diretor, que aprovou o projeto. Assim começou o projeto, já no final de 2017. De início, pensaram em usar a ferramenta Moodle, mas o custo seria inviável.

“Então partimos para a plataforma Google Classroom, que não conhecíamos. Usamos nossas férias de final de ano para estudar a solução e os recursos. Em janeiro, já tínhamos criado uma sala de aula. Em fevereiro, aconteceram os treinamentos de cerca de 30 professores e 600 alunos, em forma de mutirão. Em abril, foi feita a primeira prova on-line”, comemora Roseli. “Os meninos do ensino médio ajudaram a criar os e-mails”, conta, orgulhosa, a professora.

Antes de começar o projeto, os professores ouviram os alunos e perguntaram o que achavam do ensino a distância, de fazer um curso virtual. “A maioria não sabia do que se tratava e não se sentia segura de estudar on-line. Aí eu perguntei e se esse estudo a distância fosse vinculado à escola, por meio do computador ou do celular. Me responderam que isso não seria possível porque não era permitido usar celular na escola. Cada vez eu sentia mais necessidade de implantar o projeto”, diz Roseli.

Hoje, o AVA da Professor Fabregas está em plena atividade, recebendo aulas, postagens de materiais de estudo, provas, resultados de trabalhos e até já abrigou um seminário feito pelos alunos. Também é usado para comunicação da direção da escola com professores e com pais. Roseli destaca outro benefício descoberto com o uso da plataforma: a facilidade para a integração entre as disciplinas. “Antes, nós tínhamos reuniões, mas não sabíamos exatamente qual conteúdo o outro professor estava abordando. Agora, temos acesso a tudo. Postei, por exemplo, uma atividade sobre trovadorismo, e vi que o professor de física estava postando sobre Galileu Galilei. Estávamos trabalhando o mesmo conteúdo em disciplinas diferentes. Isso é muito rico”, explica.

 

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